Como razoavelmente boa representante do sexo feminino, vira e mexe eu tenho vontade de comer aquele docinho, sabe? Eu disse “razoavelmente boa representante do sexo feminino” porque diferentemente da grande maioria das mulheres eu não gosto de chocolates e não ligo para bolsas, sapatos e perfumes (para grande alívio do meu marido!)
Porém, de vez em quando acontece uma coisa engraçada comigo.
Me dá um siricutico e eu fico com uma vontade louca de comer por exemplo rabanete, acelga, amêndoa, bróclolis, feijão branco, grão-de-bico ... comidas nada atraentes, convenhamos.
Dizem que é nosso corpo implorando por algum nutriente presente naquele alimento.
Mas nos últimos dias um siricutico diferente me visitou. Estou sentindo falta de cheiro de Vó. O pior: não sei qual é, não conheci as minhas Avós.
Mas como já disse, é meu corpo implorando por algum nutriente.
Quando era pequena eu assistia ao Sitio do Pica Pau Amarelo (aquele maravilhoso dos anos 80) e sonhava em ser neta da Dona Benta.
Ela representava exatamente o que era ser Avó na minha imaginação.
O cheiro de Vó pra mim há de ser diferente do cheiro da mãe porque não tem cheiro de tensão, preocupação, pressa e culpa. Há de ser um cheiro aveludado e doce como o da mãe, mas cheio da presença de um certo relaxamento, do tipo “sei o que estou fazendo, tudo dará certo”.
A Avó há de ter cheiro de terra molhada, bolo saído do forno, campos de alfazema, cafuné, algodão doce, comida gostosa feita no forno à lenha, cheiro de um lindo bordado, de paciência, de sabedoria, de cobertor quentinho num dia de inverno, cheiro bento, cheiro de Dona Benta ...
Cheiro de zelo e saudade.
Que vontade de cheirinho de Vó!
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